Acabou o papel
Acabou o papel, fui no mercado, rapidinho. Pelo caminho de sempre, celular e chave no bolso do casaco. Passei pela porta automática, peguei o papel, paguei com o celular, agradeci e falei que não precisava do recibo sem tirar os fones do ouvido. No automático. Nem olhei pra cara da pessoa que me atendeu. Isso me causou um mini mal estar e aí eu resolvi contornar o quarteirão pelo outro lado, dar uma voltinha pra sair do modo automático.
A cidade está um grande refrigerador a céu aberto. Que frio.
Segui em frente, depois virei a esquerda, depois esquerda de novo e de novo. Mas, espera aí. Esqueci de prestar atenção no caminho, no céu, nas pessoas, na calçada, nas lojas. Quando levantei a cabeça e olhei em volta, não reconheci a rua.
A calçada era diferente, bem mais estreita. Mais a frente, do lado direito dessa mesma rua, tinha uma parque meio inclinado, com algumas árvores, um caminho calçado entre elas e três bancos na parte mais alta.
Olhei pra trás, apertando os olhos para enxergar m…
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