Cotia, 14 de fevereiro de 2021.
olha essa cena de filme adolescente: a mocinha está num show e o garoto que ela gosta (e que ela jura que é amor verdadeiro) também. Eles não sabem que podem se encontrar a qualquer momento. O show é legal, mas ela está meio entediada porque tem um clima de azaração (amo esse termo malhação anos 2000) que ela não quer participar. Do nada, alguém abraça a mocinha por trás e já vai puxando pra dançar. Tudo muito rápido. Confetes dourados caem do céu. É ELE! Os dois se beijam e ficam juntinhos até o sol nascer. Só faltava um cenário de praia.
pois não é que isso aconteceu comigo? Juro. Tinha uns 14 anos. Eu morava no interior e esse show era na cidade vizinha, daí, no dia seguinte, voltei para a minha cidade completamente iludida ouvindo A Thousand Miles pensando no garoto. Sim, é aquela música das branquelas.
já na faculdade
essa eu não era mais adolescente, já estava na faculdade. E aí que ia ter um congresso de comunicação em Curitiba e lá fui eu. Naquela época, qualquer lugar era lugar - menos supermercado -, então eu paquerei na faculdade mesmo, mas só de olhar, sabe? Garoto bonitinho, coisa e tal, nada demais. Curiosamente eu lembro o nome e sobrenome desse menino até hoje. A memória é uma coisa esquisita.
depois do congresso, rolavam umas festas e, como não poderia ser diferente, dei logo de cara com o garoto na primeira festa que eu fui. E aí rolou aquela cena ridícula que parece furo de roteiro: dois desconhecidos se olham e resolvem se cumprimentar. Aconteceu mesmo e, de novo, foi meio ridículo. Depois disso, não lembro o motivo, mas eu tentei sair um pouco de cena. Eu achava que ia rolar algo mas eu queria ficar tranquilona, dançar até o chão sem ninguém na minha cola.
julguei a aparência do rapaz e chamei meus amigos para o ambiente da festa que só tocava funk e axé (certeza de que ele não ia aparecer por lá). De repente, tô lá felizona ralando o tchan no palquinho da balada porque eu sou dessas, e quem eu vejo? O menino, claro. Corta a cena e a gente já está na maior pegação. Essa eu não sei como aconteceu. Na minha memória eu fui abduzida.
e aí, o último, quase recente - do começo da década passada: um date perfeito com um boy nada a ver. Quem nunca, né? A gente se conheceu no Tinder e nos encontramos na Estação da Sé - acho aquele lugar tão lindo e romântico (apesar de decadente). Seguimos para o Museu da Língua Portuguesa e nos beijamos no cineminha que tinha lá, com as palavras flutuando no céu. Foi lindo, de cinema.
quer dizer, no cinema tudo fica mais colorido, porque tem figurinista, cinegrafista, roteirista, direção, produção de objetos, colorista, edição e sei lá mais o quê. Mas, prestando atenção, a gente encontra umas historinhas que parecem as comédias românticas que a gente assiste de vez em quando. Lembrou, né?
essa semana merecia um docinho 🥂🥞🍓
bom domingo e até mais!