DISCLAIMER __vou mandar áudio
(depois que gravei esse áudio fiquei pensando como essa conversa vai longe.)
MAGIA EM CASA
uma amiga me mandou uma pergunta no Instagram: “como você descobriu as magias que você faz? (tipo o primeiro contato)”. A resposta rápida seria: tarô, livros e internet. E a resposta longa é a newsletter de hoje.
Imaginário
Quando eu e minha irmã éramos criancinhas, a gente via muitos filmes de magia incentivadas pela minha mãe. Lembro que a fita VHS de Abracadabra praticamente morava na nossa casa (minha mãe era amiga da moça da locadora, desconfio que nem pagava todas as multas). E as falas dos filmes viravam piada interna entre a gente. Tipo uma cena do filme Da magia à sedução em que as crianças ficam falando “witch witch you’re witch”. A gente repete isso até hoje, de brincadeira (3:30 do vídeo abaixo, se ficar curiosa).
Nós também assistíamos Jeannie é um gênio e A feiticeira, porque a minha mãe amava. Tudo que tinha magia, bruxaria, feitiço ela trazia pra casa. Era o nosso negócio. Também víamos quase tudo da Disney e as três fadas madrinhas da Bela Adormecida - Fauna, Flora e Primavera - eram nossas personagens preferidas. A gente queria ser aquelas fadas na floresta fazendo magia e sendo felizes, sem preocupações.
Assim, cresci sabendo que queria ser bruxa ou ter poderes mágicos como os da Matilda.
Vida real
A carta de Hogwarts não veio e eu cheguei na adolescência super cética, sem religião e detestando igrejas. Um dia, meu pai me deu um livro chamado Procurando por Deus (Steven Sadleir) para que eu pudesse descobrir minha religião.
Esse livro é um guia com mais de 500 páginas e tem de tudo: budismo, cabala, islamismo, judaísmo, espiritismo, zoroastrismo. Quando vi “Wicca” entre as religiões, escolhi mesmo sem saber direito o que era. Depois de terminar o calhamaço, conclui que religião é muito sobre cultura e controle político. Elevação espiritual e divindade sempre presentes, claro.
Por muito tempo, o capítulo daquele livro era quase tudo que eu sabia sobre bruxaria. Mais tarde, um amigo me emprestou um livro sobre Wicca, mas nunca me iniciei e nem conheci ninguém que praticasse. Eu fazia uns rituais no meu quarto, mas eu tinha medo do diabo e de mexer com espíritos e depois não saber lidar (a educação cristã, né?).
A vida foi passando, fui ficando cada vez mais distante de qualquer prática espiritual, mas ainda gostava daquela história de cultuar a natureza. Em paralelo, na minha casa a gente sempre tomou chá com propósito e banhos mágicos de forma muito espontânea.
Mil anos depois
Em 2019, li Mulheres que correm com os lobos e pensei muito sobre a vida castrada criativamente que eu estava levando. Fui pro Deserto do Atacama (o lugar mais mágico que ja conheci) e, quando voltei, em casa, sozinha, deu vontade de comprar um tarô e aprender.
As histórias sobre a humanidade e a natureza condensadas nos arquétipos do tarô e me abriram novos caminhos de magia e bruxaria natural. E assim tem sido desde então. O tarô é o fio condutor da minha jornada e é minha principal ferramenta de desenvolvimento pessoal e autoconhecimento. Também uso a Roda do Ano - da Wicca - para me planejar.
Depois dessa história e principalmente por causa dos últimos três anos, cheguei no que hoje eu chamo de magia casual. No Instagram, eu dei um spoiler (em inglês), mas vou colocar o texto em português abaixo.
Magia casual
Às vezes, faço meus rituais com mais de uma vela, cristais, incenso e tarô. Eu também adoro esfregar ervas (especialmente lavanda) no papel e escrever meus desejos. Uso a escrita nos meus rituais porque é o meu super poder. Tem dia que eu queimo papéis com banimentos ou risco uma vela com uma faca, para deixar algo ir.
PORÉM
O que eu mais amo na bruxaria é ser casual. Eu chamo de CASUAL MAGIC porque é grátis e fácil. É para o dia a dia.
Magia casual é tomar seu café prestando atenção no cheirinho e aproveitar para fluir junto com a energia com a terra só para começar um dia em equilíbrio.
Ou acender uma vela durante o banho para receber essa energia de indulgência e dizer ao universo que tipo de coisas você merece. Mentalizar é suficiente e o perfume da vela pode ser o que te fizer sentir bem.
Magia casual é tomar seu chá com propósito e acreditar que essas pequenas atitudes podem transformar algo na sua vida. E não precisa ser o chá mais caro de todos. Escolhe um. Ou dois. Tá ótimo. Para mim, é sempre camomila quando as coisas não estão tão bem e Rooibos para organizar as ideias aceleradas, estudar, trabalhar. Quando tenho hortelã, uso para me concentrar.
Não precisa ter um monte de erva na gaveta, só se quiser.
Comprar flores pode ser mágico;
Escrever num diário pode ser mágico;
Cozinhar pode ser mágico (coentro é a minha erva do amor!);
Rezar antes de dormir é mágico;
Desejar boa sorte pode ser mágico;
Se vestir pode ser tão casualmente mágico;
Desenhar algo que você deseja manifestar é muito mágico.
Se você deseja ter uma vida mais mágica e conectada com a natureza, saiba que já tem tudo que precisa.
Até a próxima ✨
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Chegando atrasada, mas li esse texto hoje e bateu com muuuito do que acredito de magia e afins! Perfeito <3