eu não era indecisa assim. Não mesmo. Eu era impulsiva, agitada, calculava menos e nem me lembro dos arrependimentos. Hoje em dia, me leva séculos para tomar uma decisão e é desesperador. Quando tomo a decisão, ao invés de me sentir aliviada me pergunto por que raios demorei tanto.
Amadureci mal nesse ponto, mas tem jeito.
Meu primeiro topless em Palma de Mallorca, Espanha
eu achava que todas as mulheres estariam sem a parte de cima, como se fosse uma etiqueta social. Pelo menos aqui em Cala Mayor, não são todas que colocam o mamilo para bronzear. As que estão mais à vontade devem ter a idade da minha mãe, ou um pouco mais. Entre as jovens, não é comum.
No primeiro dia, eu ainda estava entendendo a dinâmica: fica sempre sem? E quando compra um drink ou entrar na água, tenho que por de volta? Tinha um casal que a mulher estava fazendo topless e aí chegou um amigo deles, puxou uma cadeira e por lá ficou. Em seguida, a esposa do amigo chegou e foi logo tirando o top. Elas ficaram pegando sol juntinhas e os maridos na sombra. Todos conversavam entre si.
Essa tranquilidade ainda não tinha me convencido a tirar o biquíni, até que vi uma moça que aparentava ter a minha idade. Era só ela e o namorado. No instante, percebi que aquela intimidade era de cada um. Como se o espaço público tivesse também algo de privado e íntimo que não pode ser tocado e é, portanto, seguro.
Foi aí que entendi.
Tirar o top e me sentir à vontade tem a ver com saber que não estou dando acesso a uma parte íntima do meu corpo. Estou apenas confortável com o meu corpo ocupando um espaço que é público. Não importa se estou nua, meu corpo é privado.
E amei. É uma delícia pegar solzinho, ventinho. Não sei vocês, mas a parte de cima sempre incomoda meus ombros no final de uma manhã de praia.
Ainda não tive o desprendimento de entrar na água sem o top, mas valeu. E ainda tem o ponto positivo de se trocar sem medo, sabe? Dá para tirar o top e vestir um sutiã sem ter que se esconder com a toalha.
E na Finlândia
Já contei da primeira vez que vi uma pessoa tirar toda a roupa e entrar no mar? Foi numa praia super movimentada que eu sempre vou, do lado de casa (Eiran ranta). No começo da primavera, o sol brilhava intensamente. O termômetro marcava uns 16 graus, mas a sensação era de mais de 20. Eu estava fazendo uma caminhada por ali e vi um homem de uns 45+ se despir e entrar na água gelada, pela escada do deck.
Quando subiu de volta, ainda nu, conversou com um casal que estava se preparando para entrar na água. Sem pressa, vestiu seu uniforme de quem trabalha nas obras dos arredores e voltou para labuta.
Nessa mesma praia, eu também vi uma mulher de topless apoiar o celular no tênis e se filmar entrando na água, nadando e depois fazendo pose na escada. Como ela estava super à vontade, acredito que não tenha problema tirar a parte de cima por aqui, mas essa foi a única vez.
Os finlandeses são famosos por viver a nudez com naturalidade, mas encontrei uma notícia sobre quatro mulheres que foram convidadas a se retirar de uma sauna pública porque estavam sem a parte de cima. Achei irônico, já que a Finlândia tem o recorde de maior número de pessoas nadando peladas juntas.
Mamilos incomodam.
Por fim, um último achado curioso de quando estava pesquisando: o Google preocupado.
Libertem os mamilos e boa semana!
Até a próxima 🥂
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