fase vermelha da pandemia em São Paulo, sábado à noite, 6 de março de 2021.
estava assistindo à roupa na lavanderia do prédio, esparramada no sofá da área comum, e me lembrei de quando pensava que “querer é poder” era coisa de gente mimada, que tem tudo na mão. Quando eu era criança, uma amiga me contou que os pais da menina mais mimada do colégio tinham ido até a cidade vizinha só para comprar um sorvete pra ela (acho que não tinha o sabor preferido dela lá em Gravatá). Creio que foi a partir daí que passei a considerar que ter vontades atendidas era essencialmente fútil. Ir até outra cidade por causa de um sorvete, quem já viu?
em paralelo, eu usava a máxima na forma negativa: “querer não é poder”, dizia a mim mesma. Alguém me falou isso e eu acreditei. Nem tinha passado pela minha cabeça que talvez essa frase significasse que não adianta APENAS querer, tem que correr atrás. Na minha família eu ouvia muito que quem decide se pode ou não é a vontade de deus todo poderoso. Se deus quiser, acontece. Felizmente, não sei dizer exatamente quando, percebi que não era só a vontade de deus, a minha também tinha efeito.
mesmo que querer com todas as forças não seja o suficiente para realizar algo, ainda sim, é uma forma de poder (quase mágico). É o primeiro passo para magnetizar qualquer desejo.
eu não lembro a última vez que tive uma vontade arrebatadora. Inclusive, escrevo isso em forma de oração. É como se estivesse treinando para aprender a ouvir e dar atenção aos caprichos que deixo passar por achar que são fúteis, ou não são alcançáveis - delego para o universo decidir por mim - se rolar, rolou.
ainda estou engatinhando e, às vezes, tento ficar de pé para captar as ondas de vontades que passam por mim. Como se não fosse a coisa mais óbvia do mundo, talvez eu comece uma lista de desejos. E aí eu conto para vocês.
beijos e até a próxima!
bom domingo 🥂🥞
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