Esta é uma newsletter semanal para mulheres. Sem correria, para não derrubar o drink.🍸Nosso manifesto é se divertir, ser o mais feliz que dá e abrir espaço para criatividade.
Vocês perguntam, eu conto:
Semana que vem, vou responder mais uma das perguntas anônimas das leitoras. Faça uma pergunta clicando aqui.
EDITORIAL
Além do Brunch, escrevo Dear Diary, newsletter que faz parte do Secret Club — a comunidade de mulheres internacionais que criei aqui em Helsinki. Já quis mesclar o Secret Club e o Brunch porque eles têm o mesmo próposito e valores. Nunca consegui. O Secret Club é mais presencial, tem grupo no WhatsApp e tudo. O Brunch é em português, para brasileiras como eu.
Os dois projetos são canais para inspirar alegria, criatividade e amizade entre mulheres — é o que desejo para mim também. Estou deixando isso aqui como uma forma não elaborada de decantar a ideia, de pedir ajuda, ou de deixar estar. Talvez, seja para ser do jeito que é e está bom assim.
Cinco minutos por dia — Um diário para uma vida melhor, já ouviu falar dele?
Também não conhecia, foi minha irmã quem me deu de presente. É um livro desses que você escreve coisas. Tenho escrito ao acordar e antes de dormir, religiosamente. De manhã, escrevo três coisas pelas quais sou grata, três coisas que fariam o dia ser fantástico e algo positivo sobre mim mesma, como “sou criativa e uso os meus talentos para viver o estilo de vida que me faz bem”.
No começo, parecia inútil e repetitivo. Depois de três semanas, não sabia mais sobre o que agradecer. Já agradeci pela Zelda, pelo marido, pelo spray de própolis, pelos travesseiros, pelo tapete fofinho, por todas as pessoas que conheço, pela água encanada, pela sauna, pelo absorvente reutilizável. Tudo mesmo. Às vezes, repito a gratidão e tudo bem, né? Em tempos de alergia a pólen, o spray de própolis tem dado o show para acalmar a tosse.
Até que descobri a mágica do caderno —
Certo dia, escrevi “cair dinheiro do céu” na lista de coisas fantásticas e fui viver a vida normalmente. Quando passei no mercado, pela primeira vez na vida, notei um bilhete da loteria no caixa. O bilhete estava me chamando, brilhando, sabe? Quando lembrei do que tinha escrito no caderno, picotei a cartela sem titubear. Na hora de pagar, a moça solicitou um cadastro específico. Não pude comprar o bilhete. Era como se precisasse de um cadastro na Caixa para poder apostar na Mega Sena. Sai do mercado com isso rondando a cabeça. Escrever os desejos faz com que a gente veja oportunidades. A sensação é que aquilo estava no fundo da minha cabeça de prontidão e, quando a oportunidade de “cair dinheiro do céu” se mostrou na minha frente, meu corpo respondeu intuitivamente.
Tenho percebido o caderno como uma prática consistente de desejos. Um lembrete diário do que queremos e de toda a ajuda que recebemos. É um jeito de prestar mais atenção às coisas boas da vida. Mesmo quando não acontece algo “mágico”, sigo entusiasmada, otimista e provavelmente cutucando oportunidades para realizar meus sonhos. Sem nem perceber.
Gostou da ideia? Você pode começar fazendo isso num caderno ou no bloco de notas do celular. É só responder às perguntas diariamente, ao acordar e antes de dormir.
🌞 Ao acordar
Sou grata por…
1.
2.
3.
O que tornaria o dia de hoje fantástico?
1.
2.
3.
Afirmações diárias. Eu sou…
🌙 Antes de dormir
Três coisas maravilhosas que aconteceram hoje:
1.
2.
3.
Como eu poderia ter tornado o dia de hoje ainda melhor:
Vontade danada de escrever
Escrever me tira da cama. Os ímpetos podem ser no meio do banho, ou no bonde indo para o centro. Escrever livro é difícil, diz
— eu e dezenas de arquivos não terminados concordamos. Agora, escrevo por necessidade de registrar como vejo o mundo. Adriana Dória. O nome de uma professora querida veio à mente. Deu saudades de cuidar da escrita nas aulas de Redação. O frescor do banho tomado um pouco antes de chegar à faculdade. À tarde! Que saudade! O sol lá fora, e a gente, dentro, polindo as palavras. Escrever limpo, rico, claro, sem obviedades, sem rebuscamentos esquisitos. Um lago tranquilo. Você suspira de admiração, os olhos se arregalam ao ver um cisne deslizando no canto da paisagem. Depois, outro. O corpo se enche de gratidão, o rosto relaxa, os ombros derretem para longe das orelhas.“Writing is always an act of hope because it assumes a reader, no matter what the content — Escrever é sempre um ato de esperança porque pressupõe um leitor, seja qual for o conteúdo.” Margaret Atwood
A Margaret Atwood fala no livro “On Writers and Writing” que escrever é um ato de esperança — escrevo este texto porque tenho a esperança de que você leia, fora da rede social, em paz, de preferência. Se pudesse, enviava cartas físicas para evitar as distrações e aqueles stories de notícias que você nem queria ficar sabendo.
Gostei da ideia! Eu escrevo diariamente (e faço afirmações positivas também) mas a escrita, é aleatória. Dar esse contorno é um sustentar as esperanças, acredito eu...
Vou fazer esse caderninho!